quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os Lulíadas - Canto I

_
Desce as palacianas rampas,
incensado ex-sindicalista,
feliz pois não há pista,
de seu mar de vis trampas.

Ao seu lado, reluz retocada,
a que entrou muda e saiu calada,
a primeira dama de "Noço Guia",
aquele que não sabia de nada.

Sorridente, mas de falsa empáfia fria,
emulação de socialite embonecada,
cópia menor de partidária expoente, assim posa,
com o ar que nos diz, irônica: relaxa e goza.

Pesado fardo carrega tal trabalhador,
e o descrevamos com labor,
pois é nosso crítico papel,
listar-lhe desde o caso Celso Daniel,

Entre mortos e feridos,
importantes e pobres combalidos,
da maca na enfermaria abandonada,
da rua erma sem esgoto e água encanada.

Corpos a sorrelfa que se vê,
da viúva do desabrigado,
do bebê infectado,
até o saudoso Toninho do PT.

Pois se canos enterrados não dão votos,
nem do militante, nem de fiéis devotos,
dão certo luxuosos veículos contra famílias em luto.

Passam vastas somas por algum propinoduto,
comissões de contratos e esqueminhas,
não à mão de Severinos mas a Silveirinhas.

Das favelas invadidas, do tráfico libertadas,
pois áureas correntes e piscinas sustenta,
entre barracos de zinco enfileiradas,
onde o luxo ridiculamente ostenta.

Pois do pó dos ricos é fornecedor,
o mal capital logo representa, sendo combatido,
em manobras sufocado com ardor.

Mas se além da poeira de nossa nacional pobreza,
o crime em estrangeiras selvas é tolerado com torpeza,
que nas mãos da dita libertária FARC é aplaudido.

Em lágrimas seu governo iniciou,
com objetivos claros e primeiros,
pelos palanques e mídia apresentou,
com soluções fáceis e fins matreiros.

Acabar com a fome, maior das calamidades,
apresentado demagógico ao esmero,
lotou-se o nulo programa de irregularidades
a da pobreza panaceia Fome Zero.

Companheiros ineleitos abrigou,
em torres de marfim os colocou,
aos mármores e públicos salários,
deu volume, verbas e polimento,
pagos por nós, tolos e otários.
Não bastasse o destaque à bursite,
não bastasse da retórica tormento,
cada um deles entricheirados em seus papéis,
nomeados bobos e arautos,
secretários, acessores e ministros,
até externos defensores sinistros,
até a não brilhantes Adautos,
e pela sombras bem belos e trajados Pimenteis,
em passe por rota torre como o DNIT.

Mas não confundamos cada alho,
com a lusa, nobre e bela Bugalho.
Não a invadamos como orda de vândalos,
nem pisemos no picante vegetal.
Deixemos por poucos versos um tal,
dentre inúmeros vis e vastos escândalos,
sobre os quais descemos o malho,
aquele do Ministério do Trabalho.

Houve até o nobre ministro,
de esportivas atividades,
que dentre doutras trivialidades,
em evento de orçamento sinistro,
belas e caríssimas obras,
em custos sem sobras.
do COB recebeu diárias,
jesto suspeito e atroz,
ao povo que paga sem voz
todas as verbas milionárias,
em dinheiro que se esvai pelos canos,
como nos Jogos Panamericanos.

Do mesmo ministério,
tal garbosa autoridade,
em profundo mistério,
sem a menor cerimônia,
sem ser por caridade,
sem ser com parcimônia,
usou da ministerial estrutura,
em fato quase hilário
quase a beirar a loucura,
pagar as custas de seu aniversário!